Trajetória Kiwi Companhia de Teatro/Coletivo Comum 1996-2023

A Kiwi Companhia de Teatro surgiu em 1996 e produziu uma vintena de montagens teatrais. Além das peças, o grupo realizou leituras dramáticas de autores como Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha), Plínio Marcos, Samuel Beckett, Franz Kafka, Hilda Hilst, Elfriede Jelinek, Heiner Müller, Julio Cortázar e Martin Crimp, organizou cursos, oficinas e debates sobre a encenação e a dramaturgia contemporâneas e eventos multiartísticos.

A Companhia publica, desde 2013, o caderno de estudos Contrapelo. Um dos objetivos do grupo responde à necessidade de, simultaneamente, fazer e pensar o teatro, contribuindo para a construção de pensamento a respeito da sociedade brasileira. A Companhia, que recentemente passou por uma recomposição da sua equipe, passando a se chamar Kiwi Companhia de Teatro/Coletivo Comum, é formada por componentes fixos e colaboradores em diversas áreas: Fernanda Azevedo, Fernando Kinas, Beatriz Calló, Camila Lisboa, Eduardo Contrera, Lienio Medeiros, Mônica Rodrigues, Daniela Embóm, Luciana Fernandes, Maria Carolina Dressler, Patrícia Borin, Maíra Chasseraux, Renan Rovida, Julio Dojcsar, Marcia Moon, Madalena Machado, Clébio Ferreira (Dedê), Aline Santini, Filipe Vianna, Marina Willer, Paulo Emílio Buarque de Holanda.

Os trabalhos da companhia foram apresentados em diversas cidades do país e participaram de vários festivais e encontros de teatro e performance (Bogotá, Los Angeles, Recife, São José do Rio Preto, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Itajaí, entre outros).

Após realizar diversos trabalhos em Curitiba (R, Carta aberta, Um artista da fome, Tudo o que você sabe está errado,  Titânio), que circularam por diversas cidades brasileiras, a Companhia se estabeleceu em 2005 na cidade de São Paulo.

Em 2006 o Coletivo estreou no Rio de Janeiro o trabalho Teatro/mercadoria, no Sesc Copacabana. No ano seguinte foi selecionado pelo Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo com o projeto Teatro/mercadoria – Espetáculo e miséria simbólica, que incluiu apresentações teatrais, oficinas, debates e a realização de dois eventos multiculturais (festa & ideias). Ainda em 2007 o grupo foi convidada pelo Sesc São Paulo para mostrar parte do seu repertório na Mostra SESC de Artes. As atividades incluíram três peças e três processos de trabalho.

Em 2008 a Companhia representou o Brasil no Seminário Internacional de Performance e Feminismo Actions of Transfer – Women‘s Peformance in the Americas, com apoio institucional da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, o evento foi organizado pela Universidade da Califórnia (UCLA), Estados Unidos.

Em agosto de 2009 a Kiwi Companhia de Teatro apresentou em Bogotá (Colômbia) a performance Carne – Histórias em pedaços no 7º Encuentro Ciudadanias en Cena, organizado pelo Instituto Hemisférico de Performance y Política.

Em 2010 a Companhia foi mais uma vez selecionada pelo Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, agora com o projeto Carne – Patriarcado e capitalismo, que incluiu apresentações teatrais, oficinas, debates, ciclo de filmes, intervenções urbanas e a realização de dois eventos multiartísticos (festa & ideias). Desde sua estreia, o trabalho cênico Carne foi apresentado mais de 300 vezes.

Em 2011 o grupo foi contemplado com o Prêmio Myriam Muniz (Minc/Funarte) para apresentar o trabalho cênico Carne no Estado do Pará (Belém e Marabá) e em circulação pelo estado de São Paulo.

Em 2012 a Companhia iniciou o projeto Morro como um país – A exceção e a regra, apoiado pelo Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. No ano seguinte, este trabalho resultou em diversas atividades, incluindo uma temporada de dois meses. Em 2013 a Companhia recebeu dois prêmios nacionais (Myriam Muniz e Marcas da Memória), permitindo a realização de uma temporada do projeto Morro como um país pelo Ceará, Paraíba, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Nos primeiros meses de 2014, o grupo ganhou dois editais (ProAc do Estado de São Paulo e Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo) e Fernanda Azevedo recebeu o Prêmio Shell de melhor atriz por seu trabalho em Morro como um país. No segundo semestre a Companhia foi selecionada para o Circuito Cultural Paulista, circulando por oito cidades do interior do Estado com o trabalho Carne.

No primeiro semestre de 2015 o grupo desenvolveu o projeto Manual de autodefesa intelectual, que incluiu diversas atividades, estreou no Sesc Belenzinho e fez uma segunda temporada no Galpão do Folias, em São Paulo. Em maio o grupo participou do Circuito TUSP de Teatro com Carne e, em junho, esteve em Porto Velho (RO), a convite do Festival Tapiri, apresentando a intervenção cênica Três metros quadrados.

Em 2016 ganhou o edital da Cultura Inglesa (SP) e montou Material Bond, obra inspirada na obra do dramaturgo e ensaísta britânico Edward Bond. Ainda em 2016 ganhou o edital de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo e realizou o projeto Fome.doc, que incluiu uma peça homônima, novas temporadas de Manual de autodefesa intelectual e Material Bond, além de apresentações do trabalho cênico Carne, a publicação do Caderno de Estudos Contrapelo 3,  entre outras atividades.

Em 2018 o grupo foi convidado para apresentar Manual de autodefesa intelectual na mostra oficial da 27ª Edição do Festival de Teatro de Curitiba. No mesmo ano ganhou o edital ProAc (Governo do Estado de São Paulo) para circular com a peça Fome.doc pelo interior do estado de São Paulo. A partir deste ano o grupo passou a utilizar o nome Coletivo comum.

Em 2019 participou do 6º Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha com Fome.doc, trabalho que continuou sua circulação por diversas cidades do estado de São Paulo. Em setembro realizou a leitura de A longa noite de Cristal, peça escrita em 1969 por Oduvaldo Vianna Filho, no Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP), com a participação especial de Sérgio Mamberti. Na ocasião a peça, inédita em livro, foi lançada pela Editora Temporal. Também em parceria com a Editora Temporal, o grupo apresentou em forma online trechos da obra de David Hare O poder do sim. O Coletivo realizou na Ocupação 9 de julho, em novembro de 2019, uma intervenção artística no evento de lançamento e debate do livro Chamamento ao Povo Brasileiro, de Carlos Mariguella (Editora Ubu, organização de Vladimir Safatle).

Em 2020 apresentou Experimento Os grande vulcões, em forma online, em parceria com o Teatro Flávio Império, da Prefeitura Municipal de São Paulo. No mesmo ano, o grupo lançou o ciclo de conversas Coletivo Comum Convida, com importantes personalidades do mundo artístico e cultural brasileiro. Em outubro de 2020 publicou artigo na revista latino-americana Teatro situado.

No mês de abril de 2021 o Coletivo estreou seu novo trabalho, Os grandes vulcões, uma experiência de videoteatro, que discute arte, sociedade e questões geopolíticas. Paralalemente, o grupo iniciou as pesquisas para a montagem de Os números e a vida (texto premiado no Concurso Nacional de Dramaturgia da Funarte 2018). Esta é a primeira incursão do Coletivo Comum no teatro para adolescentes e jovens. Quatro leituras cênicas foram realizadas, no formato online, em setembro de 2021. Em dezembro de 2021 Os grandes vulcões foi selecionado para a Première Brasil Novos Rumos do 23º Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro.

No primeiro semestre de 2022 o Coletivo foi contemplado pela sexta vez no Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo, desta vez com o projeto eXílio – Sociedade e teatro a contrapelo. Uma das primeiras atividades deste projeto foi a Ocupação Brasil 200, uma série de debates, seminários e atividades artísticas, entre outras ações, que ocorreu na Comunidade Cultural Quilombaque, no bairro de Perus, em São Paulo.

Em abril de 2023 o Coletivo, pela primeira vez em sua trajetória, estreou duas  produções num único mês: Universo (Sesc Belenzinho) e Os números e a vida (Teatro Cacilda Becker).

No primeiro semestre de 2024 estreamos e realizamos duas temporadas de eXílio, primeiro no Teatro de Contêiner, depois no Teatro Arthur Azevedo, ambos na cidade de São Paulo. Em agosto fizemos uma curta temporada de Os números e a vida no Sesc Santo Amaro e em setembro no Festival Nacional de Matemática, no Rio de Janeiro.

eXílio, roteiro de Fernando Kinas (com Beatriz Calló e elenco), 2024.
Os números e a vida, texto de Fernando Kinas, 2023.
Universo, roteiro de Fernando Kinas a partir de Carl Sagan, Bertolt Brecht e Daniel Bensaïd, 2023.
Os grandes vulcões, roteiro de Fernando Kinas a partir de Harold Pinter, 2021.
Fome.doc, roteiro de Fernando Kinas, 2017.
Material Bond, roteiro de Fernando Kinas, 2016.
Manual de autodefesa intelectual, roteiro de Fernando Kinas, 2015.
Morro como um país, textos de Dimitris Dimitriadis, Edward Bond, Mauricio Rosencof, Alípio Freire e outros, 2013.
Carne, textos de Michelle Perrot, Elfriede Jelinek e outros, 2007.
Teatro/mercadoria #1, textos de Guy Debord e outros, 2006.
Linha, de Israel Horovitz, 2006.
O bom selvagem, textos de Jean-Jacques Rousseau e outros, 2006.
Casulo, de Fernando Kinas, 2006.
Titânio, textos de Elizabeth Bishop, Pier Paolo Pasolini e outros, 2004.
Mauser/manifesto, textos de Heiner Müller e Karl Marx, 2002.
Fragmento b3, textos de Samuel Beckett e Edward Bond, 2001.
Osmo, de Hilda Hilst, 2000.
Tudo o que você sabe está errado, textos de René Descartes e outros, 2000.
Carta aberta, de Denis Guénoun, 1998.
Um artista da fome, de Franz Kafka, 1998.
R, textos de Albert Einstein e outros, 1997.
Os números e a vida, de Fernando Kinas, 2021.
A longa noite de Cristal, de Oduvaldo Vianna Filho, 2019.
Verde que te quero verde, de Plínio Marcos, 2017.
Internacional, a partir de texto de Luis Fernando Veríssimo, 2013.
Três metros quadrados, a partir de depoimentos de ex-presos políticos, 2013.
Os autonautas da cosmopista, de Julio Cortázar, 2008.
Atentados à sua vida, de Martin Crimp, 2007.
Ruanda, roteiro e direção de Fabio Salvatti, 2007.
Eu quero ser superficial, de Elfriede Jelinek, 2005/2007.
Uma noite no teatro, de Michel Deutsch, 2002.
Auto da barca de Camiri, de Hilda Hilst, 2000.
Fragmento para teatro II, de Samuel Beckett, 2000.
Kafka rindo, textos de Franz Kafka, 1997.

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